sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Entenda por que a música gaúcha não se espalha pelo Brasil.


Não afrouxemo nem nos lançante pois semo loco de dá com um pau
Cruzemo a nado se o rio não dá vau neste mundo véio flor de cabuloso
E o mala bruja quando esconde o toso nós esporiemo bem no sangrador
Em rancho de china, se campeemo amor entremo sem sono e garantimo o poso
Semo medonho no cabo da dança, gostemo mesmo é de bochincho grosso
Que é pra sair tramando o pescoço ao trote largo nalguma rancheira
E bem campante, levantando poeira coisa gaúcha, vício de campanha
Limpemo a goela num trago de canha pois semo loco de lá da fronteira
Semo bem loco, loco de bueno, mas temo veneno na folha da faca
Quando o sangue ferve, viremo a cabeça
Por Deus, paysano! Ninguém ataca
Nós semo loco lá da fronteira de raça tranqüila, mas de pouca cincha
E de vereda quando o lombo incha saiam de perto, que a xucreza é tanta
Cremo em percanta que seja percanta, apartemo os maula pra outra invernada
E a nossa bebida mais sofisticada é canha gelada, num samba com fanta
Nós semo loco, mas não semo bobo, semo parceiro de quem é parceiro
Nas horas brabas e no entrevero nunca dexamo um amigo solito
Pode ser feio, pode ser bonito mas é nosso jeito de levar a vida
Por ser de campo e por gostar da lida é que volta e meia nós preguemo o grito.



Anomar Danúbio Vieira / Rogério Melo
  
       Tá mais do que explicado! A letra da música gaúcha é rica, tem conteúdo e geralmente conta uma história, um 'causo'. Fora que o vocabulário daqui do sul tem expressões não tão fáceis de serem conhecidas quanto 'chupa que é de uva' e 'comer água' por exemplo.
       É mais fácil de decorar 'late, late que eu tô passando' do que 'botas feitio do Alegrete e esporas do Ibirocai, lenço vermelho e guaiaca, compradas lá no Uruguai, pra que me digam quando eu passe, saiu igualzinho ao pai'.
       E tenho dito.

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